Baía da Traição é um município do estado da Paraíba, no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2016 sua população era estimada em 8.951 habitantes. Cerca de 90% do município está dentro de reservas indígenas dos Potiguaras.
Topônimo
Baía da Traição é o termo pelo qual os colonizadores portugueses denominaram a baía situada defronte a atual cidade sede do município, em virtude de nela os índios potiguaras haverem trucidado muitos portugueses da frota de Gonçalo Coelho.[7] Até então, os índios potiguares denominavam a baía de Akaîutebiró, que significa "cajueiro estéril" (akaîu, cajueiro + tebiró, sodomita, estéril ou azedo). O nome indígena influenciou a formação do antigo nome da baía da Traição, "Acajutibiró".[8]
Escritos neerlandeses da Descrição geral da capitania da Paraíba confirmam a origem de tal nome:
«(...) A baia da Traição, que já tinha a esse tempo nome português, em consequência do fim lamentável que aí tiveram algumas pessoas da expedição de Gonçalo Coelho (1501).»[7][9]
O termo Baía da Traição aparece pela primeira vez na carta que Américo Vespúcio enviou ao então rei de Portugal, Manuel I, «O Venturoso», em 1501, relatando suas descobertas no litoral nordeste do Brasil. Em tais escritos ele narra:
«(...) navegamos por dias e dias até encontrarmos porto seguro. Então mandamos quatro dos nosso à terra, para barganhar com mulheres índias que nos acenavam de um alto. No meio da conversa [com tais índias] os mancebos foram mortos a pauladas pelas costas, assados e devorados.»[9]
Um ex-prefeito da cidade, José de Oscar, mandou erigir na entrada da cidade um pórtico para eternizar tal evento que nomeou a cidade.